Clube Atlético Mineiro, a êxtase do mineiro tranquilo
O mineiro, sabe-se bem, é um bicho desconfiado. Debruçados sob uma janela admirando a vizinhança, olhamos de um lado para o outro para averiguar o que está acontecendo. Com um café numa mão e o cigarro de palha na outra, vemos a vida passar no ritmo que Deus permite — sem pressa, sem agitação. Mas o Galo, filho das Alterosas, é uma obra do destino, um ensinamento futebolístico, a êxtase do mineiro tranquilo.
O Galo é quem nos ensina a desfrutar o melhor das vitórias — ou mesmo o empate — por conhecer as piores derrotas. Pelos caminhos tortuosos nos quais já passamos, aprendemos que não há tormenta que não passe, não há seca que perdure, não há tristeza que se eterniza.
O Galo é quem nos ensina a amar o próximo, pouco importa quem seja. Se está em trajes preto e brancos, o próximo é nosso irmão querido, nosso ente mais próximo, nosso amor mais sincero. Em Minas ou na Argentina, em Belo Horizonte ou Buenos Aires, o Galo sou eu, é você, somos nós, uma comunhão que luta junto.
O Galo é quem luta contra a tempestade, quem supera o Monumental, quem acredita. O Galo é a êxtase do mineiro tranquilo, é o grito entalado na garganta, é o choro de alegria, a fé do descrente, o remédio do enfermo.
O Galo, alvinegro de natureza, é quem dá cor a uma vida cinza.
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