Desculpe-nos, Galo! Nós só sabemos chorar
Quantas lágrimas foram guardadas até aqui? Quantos passos foram dados até esse momento? Quantos olhos seguraram as águas, que brotam automaticamente aos gols de Hulk? Quantas vezes quisemos chegar até aqui, há um passo do nosso paraíso?
Ninguém sabia como reagiria ao chegar até aqui. Eu comemoraria? Eu gritaria em plenos pulmões? Nada disso… Há um rio de lágrimas aprisionado em nossos rostos, acumulados por anos e anos. Há um abraço preso para dar naqueles que já se foram e naqueles que estão aqui. Há muito acumulado até aqui, mas perdoe-nos Galo, é hora de chorar.
Precisamos limpar nossos rostos para estarmos prontos para ver esse Atlético jogar. Precisamos limpar nossos olhos para ver a troca de passes, o chute, a comemoração, a reverência a esse time que não cansa de surpreender. Precisamos de toda lágrima para que a gente retire toda a angústia que está em nosso coração.
Eu não sei mais parar de chorar, Galo. Eu choro por tudo que disse e por muito mais. Choro pela iminência da taça, choro pela capacidade do time, choro pela torcida, choro pelo passado, choro pelo presente, choro pelo futuro.
Eu só choro Galo, e não sei mais parar de chorar. Você me entende, eu sei que entende. Eu ainda vou chorar, vou comemorar, vou cantar. Mas agora eu quero continuar chorando: pra limpar os olhos e pra ter certeza que nenhuma tristeza mais atormentará o meu coração preto e branco. Eu só sei que te amo, Galo – e ainda vou chorar mais com tanta felicidade.
