Um dia saberemos: o Galo Doido sempre foi Givanildo
Não há mascote mais associado a um clube como o Galo Doido é para o Clube Atlético Mineiro. Debaixo da sua máscara de animal psicopata, o mascote forte, vingador e dono de seu próprio terreiro aterroriza os torcedores novos e velhos — menos os alvinegros, é claro. Quem tem Galo Doido, não precisa de mais nada!
Só que, desde 2021, o Galo Doido teve sua vaga ameaçada — sua antes cadeira cativa de maluco nada beleza, de quem seria capaz de enfrentar um jogador rival que ousasse comemorar um gol na frente de nossa torcida, começou a ser disputada com um tal de Givanildo, que teimava em copiar a antes original atitude do Galão.
Com a camisa 7 alvinegra, Hulk se mostrava tão vingador quanto e dominava o campo de jogo. Jogava a perna para um lado, abria espaço e afundava a rede adversária, levando alegria à Massa. Se alguém ousasse nos desafiar em nosso terreiro, Givanildo logo colocava a bola debaixo do braço como se cacarejasse — ou melhor, como se dissesse — “aqui não, aqui é a nossa casa, e quem canta de Galo somos nós”. Nem mesmo o vento, um inimigo de longa data de Galo Doido, é capaz de parar o super-herói.
Nos ainda curtos quatro anos de Hulk em sua forma de Galo Doido, carregamos taças. Nas Alterosas jamais outro clube sequer ameaçou tirar o domínio alvinegro desde sua chegada. No Brasil, logo tratamos de ajustar uma conta de 50 anos e, de quebra, trouxemos o bi da Copa do Brasil para casa. Em 2024, cá estamos nós: materializando sonhos em mais uma final de Copa, sonhando com o continente e tendo a certeza de que, se precisarmos, Givanildo novamente resolverá por nós. Pode soprar o que for, tempestade: com Hulk em campo, o vento já perdeu algumas vezes — e há de perder outras tantas.
Talvez um dia descobriremos que o verde do Hulk foi um erro da Marvel; uma impressão mal-feita que fez sucesso e não dava para consertar mais. Descobriremos no futuro que o Hulk dos quadrinhos sempre foi preto e branco, um alvinegro de respeito que teve força e coragem para enfrentar todas as adversidades. Descobriremos que o Hulk não só era preto e branco, na verdade ele era o Galo Doido das arquibancadas do Mineirão e da Arena MRV; que ele sempre foi um alvinegro, que esperou o momento certo para se revelar e se somar ao campo de jogo. Hulk na verdade era o herói dos oprimidos, o herói que buscou nosso segundo sol, que realinhou as órbitas dos planetas Atleticanos, o herói do Clube Atlético Mineiro.
Um dia saberemos: o Galo Doido sempre foi Givanildo — e o Givanildo sempre foi, é e será o Galo. Feitos um para o outro. Feitos para durar.
Faltam cinco jogos! Vamos pelas Copas!